Em uma descoberta surpreendente e que acende um alerta sobre o futuro de jovens universitários no Brasil, dados recentes revelam que apenas 33,33% dos estudantes que ingressaram no ensino superior via Prouni após a idade regular de conclusão do ensino médio não se formaram. Isso significa que a grande maioria, cerca de 66,67% desses alunos, conseguiu concluir seus cursos. Embora o número de não formados ainda seja significativo, é importante notar que a porcentagem de sucesso é consideravelmente maior.
O Cenário por Trás dos Números
A pesquisa aponta que uma parcela dos estudantes não concluiu o ensino superior por diversos motivos, incluindo o trancamento da faculdade ou o abandono completo dos estudos. Essa realidade sugere que, para um grupo desses jovens, o acesso ao ensino superior, mesmo com o apoio do Prouni, não foi suficiente para garantir a permanência e a formação.
A Ausência de Apoio Adequado: Um Fator Decisivo?
Uma das hipóteses levantadas para explicar os casos de não conclusão é a falta de um programa de incentivo aos estudos que compreenda as particularidades desses estudantes. Muitos deles, ao ingressarem na universidade em uma idade mais avançada, podem enfrentar desafios adicionais, como a necessidade de conciliar os estudos com o trabalho, responsabilidades familiares ou a ausência de uma rede de apoio que os motive a seguir em frente.
O Prouni, ao oferecer bolsas de estudo, cumpre um papel fundamental na democratização do acesso ao ensino superior. No entanto, o sucesso da iniciativa não se mede apenas pela entrada de estudantes na universidade, mas também pela sua permanência e conclusão. A ausência de programas complementares que ofereçam acompanhamento psicopedagógico, auxílio financeiro para despesas indiretas (transporte, alimentação, material didático) ou até mesmo mentorias, pode ser um fator crucial para a evasão.
Compreendendo o Estudante em Sua Integralidade
Especialistas em educação defendem a criação de políticas públicas que enxerguem o estudante não apenas como um beneficiário de uma bolsa, mas como um indivíduo com necessidades e desafios específicos. Um programa de incentivo eficaz deveria ser capaz de identificar as vulnerabilidades desses jovens e oferecer o suporte necessário para que consigam superar as dificuldades e alcançar o diploma.
A taxa de não conclusão, embora represente uma minoria dos ingressantes “fora da idade”, serve como um lembrete de que o caminho para a equidade no ensino superior vai além da simples oferta de vagas. É preciso investir na permanência, no acompanhamento e no desenvolvimento integral dos estudantes, especialmente daqueles que enfrentam maiores obstáculos para se manterem na trajetória acadêmica.